História da Igreja

Trento, Concílio de (1545-1563)

É reconhecido como o XIX Concílio Ecumênico pela Igreja Romana. O Concílio de Trento representa os ideais da Contra-Reforma católica e estabelece uma base sólida para a reno­vação da disciplina e da vida espiritual da Igreja. Foi motivado pelo avanço da Reforma protestan­te e pelas repetidas demandas de um concílio ge­ral, surgidas desde a cristandade, ao longo da Ida-de Média. Embora convocado por Paulo III em 1537, de fato reuniu-se em Trento em 1545. Di­versas circunstâncias, tanto internas quanto ex­ternas e de diferente ordem, precederam e acom­panharam o desenvolvimento do Concílio, que se prolongou até 1563.

O Concílio não conseguiu restabelecer a uni­dade. Esse fracasso aparente não diminuiu em nada a importância substancial do Tridentino. “Poderíamos sintetizar em três pontos o alcance histórico de Trento: demonstra a forte capacida­de de recuperação da Igreja para superar uma gravíssima crise; enfatiza a unidade dogmática e disciplinar; finalmente, abre uma época nova na história da Igreja, e de certa forma, fixa seus tra­ços principais desde o séc. XVI até nossos dias”

(G. Martina, La Iglesia de Lutero a nuestros días). Costumam-se distinguir três períodos ou eta-pas na marcha do Tridentino: Período I (1545-1547). “O santo sínodo pro­pôs, antes de mais nada, condenar e anatemizar os principais erros e heresias de nosso tempo e

ensinar a verdadeira e católica doutrina.” Em con­seqüência, neste primeiro período: estabelece-se

o Concílio de Nicéia como base da fé; confirma­se a validade das Escrituras e da tradição como fontes da fé cristã, assim como a única autorida­de da Igreja para interpretar validamente a Escri­tura. Perfila-se a teologia dos sacramentos em geral. Os decretos sobre o pecado original e so­bre a justificativa e os méritos chegaram até a raiz do sistema luterano.

Período II (1551-1552). Convocado, no­vamente, por Júlio III, o Concílio chegou a conclusões importantes sobre a Eucaristia, a Penitência e a Unção dos Enfermos. O tema prin­cipal deste período é o da transubstanciação do pão e do vinho na Eucaristia. Rejeitam-se as dou­trinas de *Lutero, *Calvino e *Zwinglio sobre esse ponto e se define o ponto de vista da Igreja.

Período III (1562-1563). Depois de um lapso de 10 anos, voltou-se ao terceiro período com a convicção de que já não era possível a concilia­ção com os protestantes. Definiu-se o caráter sacrificial da Missa; estabeleceu-se a doutrina das ordens sagradas: bispos, sacerdotes; matrimônio cristão; criaram-se os seminários nas dioceses e regulou-se a nomeação dos bispos, obrigando-os à residência e à renúncia de outros bispados e be­nefícios. O Concílio recomendou e iniciou outras reformas que o papa devia concluir: a revisão da *Vulgata, a publicação do *Catecismo do Concí­lio de Trento ou Catecismo Romano, e a reforma do *Breviário. Além de definir a Missa como ver­dadeiro sacrifício, formulou a doutrina sobre as indulgências, a veneração dos santos, das ima­gens e relíquias, sobre as quais os protestantes incidiam tanto.

Pio IV, papa nesse terceiro período, confirmou os decretos do Concílio em 1564 e publicou um resumo de seus princípios doutrinais. A observân­cia de seus decretos disciplinares foi imposta sob sanções. Nos finais do século, muitos dos abusos que motivaram a Reforma protestante haviam desaparecido. Os papas seguintes foram aplican­do e completando o trabalho do Concílio., Abria­se assim a *Contra-Reforma.

*Concílio.

BIBLIOGRAFIA: Concilium Tridentinum, 13 vols. pu­blicados (1901-1961) sobre as fontes do Concílio de Trento; Hefele-Leclercq, Histoire des Conciles, t. 9 e 10, 1930-1938;

G. Martina, La Iglesia, de Lutero a nuestros días, 1974, 4 vols.; R. García-Villoslada-B. Llorca, Historia de la Iglesia Católica, III (BAC). 

 

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