História da Igreja

Francisco de Sales, São (1567-1622)

Em São Francisco de Sales vê-se o protótipo do homem santo cristão, pleno de humanidade e abertura, disposto a dar tudo aquilo com que a natureza e a graça o enriqueceram. Doutor e mes­tre da Igreja (1877), foi nomeado patrono e mo­delo dos escritores e jornalistas por Pio XI (1923). A esses títulos acrescenta-se o de humanista de­voto que oferece seu otimismo realista a todos os que, no mundo, procuram a perfeição.

Descendente de uma nobre família, foi educa­do no colégio dos jesuítas de Clermont (1580­1588) e fez seus estudos de direito na Universi­dade de Pádua (1591). Depois de um breve exer­cício de advocacia no senado de Savóia, ordenou­se sacerdote em 1593. O restante de seus dias e sua atividade, dedicou-os a seus labores pasto­rais como sacerdote e como bispo de Annecy (1602). As principais frentes do seu apostolado foram: a) A luta contra os calvinistas. Ainda estu­dante em Paris, as doutrinas destes sobre a predestinação provocaram-lhe uma crise profun­da até acreditar-se condenado. Somente pôde re­cuperar a paz num voto de confiança e de amor a Deus. Já sacerdote, dirigiu todo seu empenho em dialogar e trabalhar com os calvinistas do Chablais, distrito que se separara de Savóia e se havia tornado calvinista. Com a ajuda de Carlos Manuel, duque de Savóia, reconquistou a maior parte da população do Chablais ao catolicismo. b) Uma segunda frente da sua atividade foi a re­organização e o cuidado pastoral de sua diocese: visitas, catecismo, pregações, reforma das comu­nidades religiosas e fundação de outras. Em 1612, com a ajuda de Santa Joana de Chantal, fundou a Ordem da Visitação, destinada à perfeição das religiosas e ao ensino cristão da juventude. c) Outra das atividades de São Francisco de Sales foi a direção espiritual através de uma espessa rede de correspondentes em toda a França e no estrangeiro. Seus 11 volumes de cartas mostram­nos um diretor espiritual e mestre de toda classe e condição de pessoas.

São Francisco de Sales ainda teve tempo para escrever. Fez da pena seu apostolado permanen­te, que o transformou num clássico da literatura francesa e, ao mesmo tempo, um mestre espiri­tual imprescindível. Suas obras principais são a Introdução à vida devota (1604) e o Tratado do amor de Deus (1612), e outras menores, como tratados de controvérsia contra os calvinistas, cartas, sermões e documentos sobre a vida e a administração pastoral de sua diocese. “Inspi­rado em sua experiência de missionário e de dire-tor espiritual, renova a vida interior dos cristãos que vivem no mundo, sugerindo-lhes uma ver­dadeira devoção alimentada pela oração e pelos sacramentos, assim como pelas ‘pequenas vir­tudes’ que impregnam seu comportamento. Seu Tratado do amor de Deus amplia as perspecti­vas da Introdução à vida devota, multiplicando as análises teológicas e as observações psico­lógicas. O otimismo realista desse humanismo devoto ajuda o cristão a levar uma vida espiritual consciente.”

BIBLIOGRAFIA: Obras selectas de San Francisco de Sales. Edição preparada por F. de la Hoz (BAC), 2 vols.; A. Royo Marín, Los grandes maestros de la vida espiritual (BAC). 

 

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