História da Igreja

Bíblia

Nosso fundamental interesse centra-se aqui na Bíblia como livro de fé para os cristãos. Não en­traremos em seu valor científico, histórico, nem sequer literário. O leitor poderá encontrar estu­dos desses aspectos e outros mais — como os do texto, interpretação e classificação de cada livro

— em dicionários e livros especializados.

1. A palavra Bíblia vem do grego biblia (plu­ral): livros. Passou para as línguas modernas vin­da do termo latino biblia (singular): livro, o livro por excelência. Recebe também outros nomes, como Escritura, Sagrada Escritura, Bíblia Sagra­da, Santa Bíblia, Texto Sagrado.

Por Bíblia entende-se, pois, o conjunto de li­vros que os cristãos consideram inspirados por Deus. São, portanto, Palavra ou mensagem de Deus aos homens. Esses livros estão divididos em duas partes chamadas Antigo Testamento (AT), ao qual correspondem 46 livros, e Novo Testa­mento (NT), que consta de 27 livros. A palavra Testamento significa aliança ou pacto de Deus com Moisés (AT), e nova e definitiva Aliança com todos os homens na pessoa de Jesus Cristo, seu Filho (NT).

Os livros que compõem a Bíblia não foram escritos de uma só vez nem por um só autor. Como Revelação de Deus no tempo e na história, esses livros foram escritos num longo período de tem­po: uns mil anos, desde o séc. IX a.C. ao séc. II d.C.. Deste modo oferecem diferentes estilos de autores e de gêneros literários. No AT, por exem­plo, há narrações combinadas com normas e ins­truções (Pentateuco). Passagens de personagens: profetas, sacerdotes, reis e mulheres célebres. Há uma narração anti-racista (Rute), outra de uma mulher envolvida num jogo perigoso (Ester). Há coleções de epigramas e de sentenças de sabedo­ria (Provérbios), e até uma visão filosófica apa­rentemente pessimista da vida (Eclesiastes). Te­mos ainda textos de alta poesia e poesia devocional nos salmos e poesia erótica no Cântico dos Cânticos. Há poesia elegíaca, diálogo, drama nas mensagens dos profetas.

No NT também encontramos diferentes for-mas literárias. Os Atos dos Apóstolos são uma narração histórica. Os Evangelhos (*Evangelhos), embora não sejam uma história no sentido comum da palavra, são uma recomposição das ações e palavras de Jesus contadas para incentivar a fé. Há também o Apocalipse ou Revelação. Mas a parte mais extensa de escritos é formada pelas cartas de Paulo e dos demais apóstolos: João, Pedro, Tiago, Judas. Tradicionalmente, tanto os livros do AT quanto os do NT dividem-se em his­tóricos, proféticos e sapienciais.

2. O estudo e compreensão da Bíblia apresen­taram e continuam apresentando numerosos pro­blemas, o primeiro dos quais é o chamado cânon. Que livros compõem a Bíblia? Que critérios te­mos para fixar os livros oficiais ou reconhecidos? Não obstante os diversos cânones adotados por judeus, católicos, protestantes e ortodoxos sobre

o AT, mais do 90% do texto é aceito por todos. Os chamados livros “deuterocanônicos” são para os católicos verdadeira palavra de Deus; para os de­mais, “livros de leitura piedosa e edificante”, não inspirados. O porquê dessa diferença está em que os católicos recebem a Bíblia da tradução grega chamada dos LXX, que os judeus da diáspora uti­lizavam. Esse texto foi o comum dos cristãos da Igreja primitiva. Ora pois, nessa tradução grega, aparecem livros não reconhecidos no cânon hebreu estabelecido definitivamente no concílio de Jâmnia (100 d.C.), que só reconhece os livros escritos em hebreu. Por sua parte, a Igreja reco­nheceu oficialmente o conjunto desses livros tra­duzidos para o grego — alguns deles também es­critos em grego — tal como se encontravam na tradução latina chamada *Vulgata. Hoje, na prá­tica, a questão do cânon fica resolvida nas edi­ções conjuntas chamadas ecumênicas, feitas pe­las diferentes confissões cristãs. As bíblias erro­neamente chamadas protestantes ou suprimem esses poucos livros ou os editam em separado.

3. Em qualquer caso, a Bíblia é sempre o livro dos cristãos. Nela se encontra a Palavra de Deus:

o que acontece à humanidade aos olhos de Deus. Trata de sua natureza divina, sua justiça, sua fi­delidade, sua misericórdia e seu amor. E aparece a rebelião do homem e seu afastamento de Deus.

A Bíblia mostra-nos a redenção operada por Deus,

�.                o perdão e a reconciliação do homem, os dons da graça, a nova vida, a chegada do Reino e a consummação final da esperança do homem em outra vida para além do tempo.

 

BIBLIOGRAFIA: “Cuadernos bíblicos”. Verbo Divino, Estella 1976s.; Diccionario bíblico abreviado. Verbo Divi­no, Estella 1986; Enciclopedia de la Biblia. Verbo Divino, Estella 1985.

 
 
 
CONTRIBUIÇÃO COM O SITE
 
marcio ruben
pix 01033750743 cpf
bradesco

Examinais as Escrituras!

FILOSOFIA