Conselho Mundial das Igrejas (1948)
A “União das Igrejas que aceitam Nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador” ficou formalmente constituída em Amsterdã em 1948. Em sua constituição participaram 147 Igrejas de 44 países. O Conselho Mundial das Igrejas foi o resultado de movimentos anteriores e muito particularmente da Assembléia Missionária Mundial realizada em Edimburgo em 1910. Não pertence a ela a Igreja Católica Romana, mas tem confiáveis observadores em suas assembléias desde 1961. O organismo romano correspondente é
o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade.
O trabalho do Conselho é fundamentalmente de estudo, orientação e ajuda às Igrejas. Desde sua sede central em Genebra, tem organizado, ao longo de mais de 40 anos, estudos e conferências através de seus departamentos: Fé e Ordem, Vida e Trabalho e O Conselho Missionário Internacional. Através desses departamentos, oferece sua ajuda às Igrejas, principalmente para as missões, os refugiados, a fome no mundo etc. O Conselho está intimamente interessado no movimento ecumênico de união dos cristãos e nas relações com outras religiões não cristãs.
O que melhor define o caráter da função do Conselho são suas assembléias gerais, convocadas periodicamente. Nelas se estudam os principais problemas relacionados ao cristianismo em ação e que afetam a todos os seus membros. Desde 1948, data da fundação em Amsterdã, realizaramse as seguintes assembléias, todas elas de grande alcance:
Evanston (Illinois, 1954), com o tema Cristo, Esperança do Mundo.
Nova Delhi (Índia, 1961), com o tema: Jesus Cristo, luz do mundo. Foi a primeira assembléia fora do Ocidente. A ela aderiram as Igrejas Ortodoxas.
Uppsala (Suécia, 1968), com o tema: Eis que faço novas todas as coisas. Nela se estudou e se redigiu o documento sobre a Renovação da missão, que foi controvertido. Excluiu-se a “dimensão vertical” da reconciliação com Deus, na qual se havia insistido em outras assembléias, e se pas-sou a enfatizar a “dimensão horizontal” de reconciliação com a humanidade. A idéia do “cristianismo anônimo”, tal como já o havia formulado
K. Rahner, foi adotada pela maioria. Não obstante,
o documento guarda a necessidade da conversão pessoal a Jesus Cristo, embora em muitos casos não ocorra uma opção consciente por Cristo e haja muitas pessoas que, sem sabê-lo, servem “o homem para os demais”. Outros reparos a esse documento saíram da Declaração de Frankfurt (1970), em que se denunciava a concepção da
salvação formulada em Uppsala como simples “humanização”, “universalismo” e “cristianismo anônimo”. Finalmente, na Conferência de Bangkok (1973) concretizou-se ainda mais o conceito de “salvação” num documento redigido por Moltmann: Salvação hoje. Nele se contemplam os aspectos sócio-econômicos, políticos e jurídicos da sociedade e da pessoa humana. Em 1974,
�. o Congresso de Lausanne formula uma teologia que globaliza os dois aspectos vertical e horizontal da conversão.
Nairobi (1975), com o tema: Jesus Cristo liberta e une. A frase “Toda a Igreja dá todo o Evangelho a toda pessoa em todo o mundo” capta o sentimento da assembléia.
Vancouver (1983), com o tema: Jesus Cristo, vida do mundo. É um passo a mais em direção às Igrejas nascidas da Reforma e às demais Igrejas, como as ortodoxas e a católica. Não em vão ha-via acontecido a visita do Papa Paulo VI à sede do Conselho em 1975, assim como sua publicação prévia sobre a evangelização no mundo moderno “Evangelii nuntius”.
BIBLIOGRAFIA: A. González, Enchiridion Oecumenicum. Salamanca 1985; H. Fries-K. Rahner, La unión de las Iglesias. Barcelona 1987; N. Goodall, El movimiento ecuménico. Buenos Aires 1970; W. A. Visser’t Hooft, The Genesis and Formation of the World Council of Churches. Genebra.
ACESSE curso TEOLOGIA
https://teologia-sistematica.webnode.page/