Hopkins, Gerard Manley (1844-1889)
Poeta religioso inglês, o mais personalizado dos escritores vitorianos. Embora sua obra poética não tenha sido publicada até 1918, a influência de Hopkins se pode sentir nos grandes poetas ingleses do século XX: T. S. *Eliot, Dylan Thomas, W.
H. Auden, Steven Spender e C. Day Lewis.
Aluno do Balliol College de Oxford, onde estudou línguas clássicas, participou da grande crise religiosa de seu ambiente e época, originada pelo movimento de Oxford. Foi recebido na Igreja Católica em 1866 por quem, mais tarde, seria car-deal: John H. *Newman. Em 1868 entrou na Companhia de Jesus, queimando todos os versos de sua juventude, determinado a “não escrever mais, pois não é próprio de minha profissão”.
Só muito tempo depois de sua morte, sua obra poética e praticamente toda a sua produção literária foi reconhecida. Somente em 1918 puderam ser conhecidos, numa edição reduzida, os Poemas de Gerard Manley Hopkins, editados por seu amigo e confidente R. Bridges (1918). Seguiu uma segunda edição (1930) que o tornou conhecido no mundo literário e que o reconheceu como um dos grandes e mais personalizados poetas ingleses.
O universo literário de Hopkins completa-se com seu abundante Epistolário, seus Diários e papéis e um conjunto de Sermões e Escritos devocionais.
Homem profundamente sensível, dotado para as línguas, a música e a pintura, “serviu-se do verso para projetar nele suas profundas experiências pessoais, seu sentido do mistério de Deus, sua grandeza e misericórdia”. Seu olhar contempla incansavelmente a natureza como revelação divina, enquanto não deixa de observar ao seu redor os humanos, vivendo e morrendo. Em suas cartas aparece também o impulso espiritual de seus versos. Estou sempre pensando no “comunismo do futuro” — diz em carta de 2 de agosto de 1871. “Horrível afirmá-lo, de certa forma sou comunista.” Preocupava-lhe a situação social da Inglaterra; declarou-se pessimista e decidiu não escrever mais sobre o assunto.
Embora Hopkins possa ser mais estudado como fenômeno literário e poético, sua criação religiosa e cristã é exemplar e estimulante.
BIBLIOGRAFIA: Antología de poetas ingleses modernos. Gredos, Madrid 1962.
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