História da Igreja

Tomás de Kempis (1379-1471)

Nasceu em Kempen (perto de Colônia), daí o nome com que é conhecido: Tomás de Kempen ou Kempis. Em 1392 mudou-se para Deventer (Holanda), centro e casa matriz dos Irmãos da vida comum. Nessa escola, dedicada à educação e ao cuidado com os pobres, estudou suas primeiras letras. Aí mesmo estudou teologia sob a direção de Florenz Radwyns, que em 1387 fundara a con­gregação de Windesheim, de cônegos regulares agostinianos que viviam em comunidade sob a regra de Santo *Agostinho. Em 1408 fez seus votos religiosos no mosteiro de Agnietemberg. Em 1413 foi ordenado sacerdote. Durante mais de 70 anos permaneceu nesse mosteiro, dedicado à ora­ção, à cópia de manuscritos e à direção de novi­ços.

Tomás de Kempis é o melhor representante da chamada “devotio moderna”, movimento reli­gioso iniciado por Gerard Groote, e fundador dos Irmãos da vida comum. Esse movimento, que se estende por toda a Europa ao longo dos séculos XV-XVI, põe sua ênfase: a) na meditação e na vida interior; b) dá pouca ou menos importância às obras rituais e externas; c) não atende o aspec­to especulativo da epiritualidade escolástica dos séculos XIII-XIV, para incidir no aspecto prático da vida cristã. Um movimento que influirá de for­ma decisiva em leigos e religiosos, principalmente na época imediatamente anterior e posterior à Reforma. Insiste sobretudo na conversão interi­or, na meditação da vida e paixão de Cristo e na freqüência aos sacramentos.

Fruto dessa espiritualidade, em que foi educa­do T. de Kempis, é sua obra mais conhecida, De imitatione Christi. Embora tenha-se discutido quem seja o autor do livro, este continua sendo atribuído a T. de Kempis, sem dúvida o livrete mais difundido da literatura cristã depois da Bí­blia. Seu êxito inicial deve-se, sem dúvida, às mesmas características da devotio moderna, que então se inciava. De linguagem e estilo simples, tem a originalidade de pôr diante do cristão, clé­rigo ou leigo, a vida e o exemplo de Cristo.

— A Imitação de Cristo é uma obra dividida em 4 livros. I. Conselhos úteis para a vida espiri­tual, que, dividido por sua vez em 25 capítulos, em que se desenvolvem temas como: a imitação de Cristo e o desprezo a todas as vaidades; o hu­milde sentir de si mesmo; a doutrina da verdade; os afetos desordenados etc. II. Exortação à vida interior (12 capítulos). III. Do consolo interno que leva o estar centrado em Cristo (59 capítulos.).

IV. Do sacramento da eucaristía (18 capítulos.). Talvez alguém estranhe ou se decepcione com esse livro. Somente no 1º capítulo do livro I fala­se expressamente da imitação de Cristo. Seus cha­mados constantes ao auto-exame e à humildade, à autonegação e controle ou renúncia própria obs­curecem um tanto a procura do modelo Cristo. Não obstante, é a via da renúncia a que leva a Cristo: “Tota vita Christi crux et martyrium fuit”.

Um livro imprescindível na história da espiritualidade cristã.

BIBLIOGRAFIA: Opera omnia. Colonia 1759. Existem inumeráveis traduções de A imitação de Cristo em portugu­ês. Sobre a vida e espiritualidade de T. de Kempis, em Historia de la Iglesia Católica, III. Edad Nueva (1303-1648) (BAC); A. Royo Marín, Los grandes maestros de la vida espiritual (BAC). 

 

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