Didaqué (50-70)
Primeiro dos escritos integrados nos denominados “padres apostólicos”. No original grego, seu título completo é “A instrução do Senhor aos gentios através dos doze apóstolos”. Breve resumo da doutrina de Cristo tal como a ensinaram os apóstolos às nações.
Publicado em 1883 pelo metropolita grego de Nicomédia, Filoteo Bryennios, de um códice grego em pergaminho, a Didaqué é o documento mais importante da era pós-apostólica e a mais antiga fonte de legislação que possuímos. De autor desconhecido e objeto de inumeráveis estudos, sua composição pode ser datada entre os anos 50-70 da era cristã. Outros a reportam aos pirmeiros anos do séc. II. Essa obra vem a ser “o código eclesial mais antigo, protótipo venerável de todas as coleções posteriores de Constituições ou cânones apostólicos com que começou o direito canônico no Oriente e no Ocidente” (Quasten).
O livrete está dividido em 16 capítulos, nos quais se distinguem claramente duas partes principais. A primeira (c. 1-10) apresenta instruções litúrgicas; a segunda (c. 11-15) compreende normas disciplinares. A obra termina com o capítulo sobre o advento do Senhor e sobre as conseqüências que este tem sobre a vida dos cristãos. Se julgamos somente pelo título, poder-se-ia acreditar que a Didaqué contém a pregação evangélica de Cristo. Melhor: é um compêndio de preceitos morais de instruções sobre a organização das comunidades e de ordenanças relacionadas às funções litúrgicas, sobretudo a Eucaristia, o Batismo, os profetas, os bispos etc. São muito interessantes os princípios de caridade e de assistência social expressos na Didaqué: esmola, obrigação de ganhar a vida com o próprio trabalho.
A Didaqué gozou de tanto respeito e reverência na Antigüidade que muitos chegaram a considerá-la tão importante quanto os livros do Novo Testamento.
BIBLIOGRAFIA: Padres apostólicos. Edição bilíngüe completa, Texto da Didaqué S. Paulo (Paulus); BAC. Madrid 51985, 30-98.
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